Minha pesquisa
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E aí, qual o título da pesquisa em andamento?“ Da escrita para a phoné: estudo comparado e da obra plástico-instalativa e performática de Nuno Ramos” Hmmmmm, entendi, mas o que você estuda mesmo? Eu estudo procedimentos estéticos que caracterizam a obra de Nuno Ramos, tanto plástico-instalativos e performáticos quanto literários, particularmente os procedimentos estéticos de manipulação sonora no âmbito de uma estética do som. Me interessa ver como, a partir especialmente do uso desses procedimentos sonoros, as obras afetam o corpo leitor-fruidor e como a partir dessa afecção [contrafecção sentiente?] nasce a exigência de novas epistêmés de abordagem. Alguns pontos da pesquisa abordando filosofia da linguagem, epistemologia e estética investigam: as linguagens expressivas (especialmente a verbal) como forma de domínio e espaço de liberdade; a relação entre ética, estética e política; a educação perceptiva e epistemológica dos corpos leitores e fruidores, e as formas de desconstruir ou contraeducar os corpos. a relação entre os cinco sentidos e a educação perceptiva, a possibilidade de existência de outras formas perceptivas e sua relação multimodal; o ruído e o som, fora de lógicas de linguagem ordenadoras (verbal ou musical), como poderosos elementos de criação de novas epistemologias ou para repensar a epistemologia, ou seja, o ruído como parte poderosa na construção de sensibilidades novas e linguagens contradiscursivas. Alguns pontos da pesquisa abordando a literatura nos campos expandidos e da arte contemporânea investigam: como práticas das outras artes contaminam a literatura e vice-versa; como os vários códigos expressivos, especialmente o verbal, podem ser desconstruídos, torcendo a própria matéria de que são feitos, através do uso de procedimentos estéticos; Como a torção das linguagens expressivas consegue ter um valor político, já que abre fissuras nas linguagens que, tendencialmente, são moldadas com base nos códigos discursivos dominantes, os quais respondem a lógicas de domínio e controle dos corpos sencientes e das mentes pensantes; como verter na tradução, especialmente para o italiano, os textos investigados, de forma a não perder o potencial político expressado pela forma estética que lhe é própria; como a literatura e a arte contemporânea latino-americana podem se adscrever numa linha neobarroca (partindo dos estudos de Severo Sarduy) e por quê. O que te movimenta e como surgiu essa pesquisa? A pesquisa surge como aprofundamento de um ponto da pesquisa de doutorado “Ó de Nuno Ramos: traduzir a densidade”, na qual, como forma propedêutica ao trabalho de tradução do texto para o italiano, analisava o livro do ponto de vista dos procedimentos estéticos utilizados, para ver como os verteria na língua de chegada. A análise desses procedimentos me fez enveredar por diversos caminhos de pensamento sobre as linguagens e as formas expressivas da arte contemporânea e o diálogo interartes. Sou linguista e portanto, me interessa muito pensar nas potencialidades das linguagens a partir das suas articulações, as formas como eles se mostram e são elaboradas. Em suma, a partir das reflexões sobre as formas expressivas e suas articulações me interessa entender o que elas nos dizem para entendermos o mundo em que vivemos e os mundos que nos antecederam. A física, a química e a prática das linguagens me fascinam, por isso que minha pesquisa sempre envolve uma parte prática de tradução. A tradução se apresenta como meio para “corporificar” pragmaticamente o que analiso na teoria e verificar, de alguma forma, “se bate”. Afirmar, por exemplo, que um texto de Nuno Ramos é performático porque se serve de um procedimento estético de realce melopaico da escrita significa, em tradução, pensar em como restituí-lo e ver, portanto, se faz sentido o que se está elaborando. A versão numa outra língua pode mostrar a evanescência ou a solidez de algumas afirmações. O meu fascínio pela parte mais material das linguagens me leva sempre a pensar nas artes plásticas, performáticas e instalativas onde aparecem formas de “fazer” que me seduzem desde sempre. Sobre o que você pretende refletir realmente com essa pesquisa e qual o interesse que a sua pesquisa pode ter para o mundo? [sei que é muita coisa, mas nunca reprimi manias de grandeza] Pretendo refletir sobre a estética como potente meio de intervenção sobre as linguagens e que, portanto, pode servir como elemento domesticador dos corpos cidadãos ou como elemento potencialmente revolucionário para o despertar desses corpos, sencientes e pensantes. A tradução de textos que abrem as fissuras para novas potenciais epistémês são a minha pequena contribuição prática (também para a difusão da literatura brasileira) e as reflexões de pesquisa o meu quinhão de pensamento crítico para o mundo. Para brincar com as linguagens e investigar de maneira pessoal nas fissuras possíveis, além de traduzir ousadamente, exploro a dança como porta de acesso a novas camadas perceptivas e escrevo em uma língua que não é a minha, e que assumi, fazendo uma releitura pessoal da celebérrima frase de Pessoa, como a pátria eletiva em que se expressam meus sentimentos e o meu sentir, a língua enfim em que sonho e digo te amo. Posso fazer um adendo? Pode!
FAQ Frequently answered questions de mim para mim mesma
E aí, qual o título da pesquisa em andamento?“
Da escrita para a phoné: estudo comparado e da obra plástico-instalativa e performática de Nuno Ramos”
Hmmmmm, entendi, mas o que você estuda mesmo?
Eu estudo procedimentos estéticos que caracterizam a obra de Nuno Ramos, tanto plástico-instalativos e performáticos quanto literários, particularmente os procedimentos estéticos de manipulação sonora no âmbito de uma estética do som. Me interessa ver como, a partir especialmente do uso desses procedimentos sonoros, as obras afetam o corpo leitor-fruidor e como a partir dessa afecção [contrafecção sentiente?] nasce a exigência de novas epistêmés de abordagem.
Alguns pontos da pesquisa abordando filosofia da linguagem, epistemologia e estética investigam:
as linguagens expressivas (especialmente a verbal) como forma de domínio e espaço de liberdade;
a relação entre ética, estética e política;
a educação perceptiva e epistemológica dos corpos leitores e fruidores, e as formas de desconstruir ou contraeducar os corpos.
a relação entre os cinco sentidos e a educação perceptiva, a possibilidade de existência de outras formas perceptivas e sua relação multimodal;
o ruído e o som, fora de lógicas de linguagem ordenadoras (verbal ou musical), como poderosos elementos de criação de novas epistemologias ou para repensar a epistemologia, ou seja, o ruído como parte poderosa na construção de sensibilidades novas e linguagens contradiscursivas.
Alguns pontos da pesquisa abordando a literatura nos campos expandidos e da arte contemporânea investigam:
como práticas das outras artes contaminam a literatura e vice-versa;
como os vários códigos expressivos, especialmente o verbal, podem ser desconstruídos, torcendo a própria matéria de que são feitos, através do uso de procedimentos estéticos;
omo a torção das linguagens expressivas consegue ter um valor político, já que abre fissuras nas linguagens que, tendencialmente, são moldadas com base nos códigos discursivos dominantes, os quais respondem a lógicas de domínio e controle dos corpos sencientes e das mentes pensantes;
como verter na tradução, especialmente para o italiano, os textos investigados, de forma a não perder o potencial político expressado pela forma estética que lhe é própria;
como a literatura e a arte contemporânea latino-americana podem se adscrever numa linha neobarroca (partindo dos estudos de Severo Sarduy) e por quê.
O que te movimenta e como surgiu essa pesquisa?
A pesquisa surge como aprofundamento de um ponto da pesquisa de doutorado “Ó de Nuno Ramos: traduzir a densidade”, na qual, como forma propedêutica ao trabalho de tradução do texto para o italiano, analisava o livro do ponto de vista dos procedimentos estéticos utilizados, para ver como os verteria na língua de chegada. A análise desses procedimentos me fez enveredar por diversos caminhos de pensamento sobre as linguagens e as formas expressivas da arte contemporânea e o diálogo interartes.
Sou linguista e portanto, me interessa muito pensar nas potencialidades das linguagens a partir das suas articulações, as formas como eles se mostram e são elaboradas.
Em suma, a partir das reflexões sobre as formas expressivas e suas articulações me interessa entender o que elas nos dizem para entendermos o mundo em que vivemos e os mundos que nos antecederam. A física, a química e a prática das linguagens me fascinam, por isso que minha pesquisa sempre envolve uma parte prática de tradução. A tradução se apresenta como meio para “corporificar” pragmaticamente o que analiso na teoria e verificar, de alguma forma, “se bate”. Afirmar, por exemplo, que um texto de Nuno Ramos é performático porque se serve de um procedimento estético de realce melopaico da escrita significa, em tradução, pensar em como restituí-lo e ver, portanto, se faz sentido o que se está elaborando. A versão numa outra língua pode mostrar a evanescência ou a solidez de algumas afirmações.
O meu fascínio pela parte mais material das linguagens me leva sempre a pensar nas artes plásticas, performáticas e instalativas onde aparecem formas de “fazer” que me seduzem desde sempre.
Sobre o que você pretende refletir realmente com essa pesquisa e qual o interesse que a sua pesquisa pode ter para o mundo? [sei que é muita coisa, mas nunca reprimi manias de grandeza]
Pretendo refletir sobre a estética como potente meio de intervenção sobre as linguagens e que, portanto, pode servir como elemento domesticador dos corpos cidadãos ou como elemento potencialmente revolucionário para o despertar desses corpos, sencientes e pensantes.
A tradução de textos que abrem as fissuras para novas potenciais epistémês são a minha pequena contribuição prática (também para a difusão da literatura brasileira) e as reflexões de pesquisa o meu quinhão de pensamento crítico para o mundo.
Para brincar com as linguagens e investigar de maneira pessoal nas fissuras possíveis, além de traduzir ousadamente, exploro a dança como porta de acesso a novas camadas perceptivas e escrevo em uma língua que não é a minha, e que assumi, fazendo uma releitura pessoal da celebérrima frase de Pessoa, como a pátria eletiva em que se expressam meus sentimentos e o meu sentir, a língua enfim em que sonho e digo te amo.
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E aí, qual o título da pesquisa em andamento?“
Da escrita para a phoné: estudo comparado e da obra plástico-instalativa e performática de Nuno Ramos”
Hmmmmm, entendi, mas o que você estuda mesmo?
Eu estudo procedimentos estéticos que caracterizam a obra de Nuno Ramos, tanto plástico-instalativos e performáticos quanto literários, particularmente os procedimentos estéticos de manipulação sonora no âmbito de uma estética do som. Me interessa ver como, a partir especialmente do uso desses procedimentos sonoros, as obras afetam o corpo leitor-fruidor e como a partir dessa afecção [contrafecção sentiente?] nasce a exigência de novas epistêmés de abordagem.
Alguns pontos da pesquisa abordando filosofia da linguagem, epistemologia e estética investigam:
as linguagens expressivas (especialmente a verbal) como forma de domínio e espaço de liberdade;
a relação entre ética, estética e política;
a educação perceptiva e epistemológica dos corpos leitores e fruidores, e as formas de desconstruir ou contraeducar os corpos.
a relação entre os cinco sentidos e a educação perceptiva, a possibilidade de existência de outras formas perceptivas e sua relação multimodal;
o ruído e o som, fora de lógicas de linguagem ordenadoras (verbal ou musical), como poderosos elementos de criação de novas epistemologias ou para repensar a epistemologia, ou seja, o ruído como parte poderosa na construção de sensibilidades novas e linguagens contradiscursivas.
Alguns pontos da pesquisa abordando a literatura nos campos expandidos e da arte contemporânea investigam:
como práticas das outras artes contaminam a literatura e vice-versa;
como os vários códigos expressivos, especialmente o verbal, podem ser desconstruídos, torcendo a própria matéria de que são feitos, através do uso de procedimentos estéticos;
omo a torção das linguagens expressivas consegue ter um valor político, já que abre fissuras nas linguagens que, tendencialmente, são moldadas com base nos códigos discursivos dominantes, os quais respondem a lógicas de domínio e controle dos corpos sencientes e das mentes pensantes;
como verter na tradução, especialmente para o italiano, os textos investigados, de forma a não perder o potencial político expressado pela forma estética que lhe é própria;
como a literatura e a arte contemporânea latino-americana podem se adscrever numa linha neobarroca (partindo dos estudos de Severo Sarduy) e por quê.
O que te movimenta e como surgiu essa pesquisa?
A pesquisa surge como aprofundamento de um ponto da pesquisa de doutorado “Ó de Nuno Ramos: traduzir a densidade”, na qual, como forma propedêutica ao trabalho de tradução do texto para o italiano, analisava o livro do ponto de vista dos procedimentos estéticos utilizados, para ver como os verteria na língua de chegada. A análise desses procedimentos me fez enveredar por diversos caminhos de pensamento sobre as linguagens e as formas expressivas da arte contemporânea e o diálogo interartes.
Sou linguista e portanto, me interessa muito pensar nas potencialidades das linguagens a partir das suas articulações, as formas como eles se mostram e são elaboradas.
Em suma, a partir das reflexões sobre as formas expressivas e suas articulações me interessa entender o que elas nos dizem para entendermos o mundo em que vivemos e os mundos que nos antecederam. A física, a química e a prática das linguagens me fascinam, por isso que minha pesquisa sempre envolve uma parte prática de tradução. A tradução se apresenta como meio para “corporificar” pragmaticamente o que analiso na teoria e verificar, de alguma forma, “se bate”. Afirmar, por exemplo, que um texto de Nuno Ramos é performático porque se serve de um procedimento estético de realce melopaico da escrita significa, em tradução, pensar em como restituí-lo e ver, portanto, se faz sentido o que se está elaborando. A versão numa outra língua pode mostrar a evanescência ou a solidez de algumas afirmações.
O meu fascínio pela parte mais material das linguagens me leva sempre a pensar nas artes plásticas, performáticas e instalativas onde aparecem formas de “fazer” que me seduzem desde sempre.
Sobre o que você pretende refletir realmente com essa pesquisa e qual o interesse que a sua pesquisa pode ter para o mundo? [sei que é muita coisa, mas nunca reprimi manias de grandeza]
Pretendo refletir sobre a estética como potente meio de intervenção sobre as linguagens e que, portanto, pode servir como elemento domesticador dos corpos cidadãos ou como elemento potencialmente revolucionário para o despertar desses corpos, sencientes e pensantes.
A tradução de textos que abrem as fissuras para novas potenciais epistémês são a minha pequena contribuição prática (também para a difusão da literatura brasileira) e as reflexões de pesquisa o meu quinhão de pensamento crítico para o mundo.
Para brincar com as linguagens e investigar de maneira pessoal nas fissuras possíveis, além de traduzir ousadamente, exploro a dança como porta de acesso a novas camadas perceptivas e escrevo em uma língua que não é a minha, e que assumi, fazendo uma releitura pessoal da celebérrima frase de Pessoa, como a pátria eletiva em que se expressam meus sentimentos e o meu sentir, a língua enfim em que sonho e digo te amo.
Posso fazer um adendo?
Pode!